terça-feira, 3 de julho de 2007

Terapia hormonal em mulheres na pós-menopausa com hepatite crónica pelo vírus C

Pós-graduando: Márcia Aparecida de Faria Pádua
Orientadora: Profa. Dra. Angela Maggio da Fonseca
Data da defesa: 03 de julho de 2007

OBJETIVO: Analisar a sintomatologia climatérica, a função hepática e a hemostasia das pacientes com hepatite crónica pelo vírus C, durante o uso da terapia hormonal. METODOLOGIA: As pacientes foram divididas em dois grupos: Grupo TH (Grupo caso) - 25 pacientes com terapia hormonal transdérmica (SOmcg de estradiol e 170 mcg de noretisterona/dia) por 9 meses, e Grupo NT (Grupo controle) - 25 pacientes sem terapia hormonal, ambos com sintomas climatéricos. A menopausa foi confirmada pela dosagem do FSH, LH e estradiol, e a hepatite C foi diagnosticada pela sorología, PCR (reação em cadeia de polimerase) e biópsia hepática (grau histológico variando de I-IV). Os dois grupos foram avaliados no mês O, 1,4,7 e 9; sendo a sintomatologia climatérica mensurada através do índice Menopausa! de Kupperman, a função hepática e a hemostasia pêlos exames: alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gama glutamiltransferase, fosfatase alcalina, bilirrubinas, albumina, tempo de protrombina, fator V, fibrinogênio e plaquetas. ANÁLISE ESTATÍSTICA: realizada através do teste t de Student, teste de Mann Whitney e análises de variâncias com medidas repetidas com dois fatores. Após a realização das análises de variâncias, para os efeitos estatisticamente significantes foram realizadas comparações múltiplas através de contrastes ou do método de Dunnett. RESULTADOS: A média da idade das pacientes foi de 53,72 e a da menopausa foi de 47,3 anos. Os escores médios dos sintomas vasomotores, fraqueza, palpitação e a somatória dos valores atribuídos ao índice menopausal de Kupperman sofreram alteração no comportamento ao longo do tempo (p<0,05). Os valores da fosfaíase alcalina apresentaram alteração no comportamento ao longo do tempo (p<0,05), entretanto, as demais medidas da função hepática e hemostasia, não apresentaram diferença entre os grupos. CONCLUSÕES: Houve melhora da sintomatologia climatérica. Não houve alteração na hemostasia e na função hepática, exceção feita à fosfatase alcalina que apresentou melhora significativa no Grupo TH a partir do 4° mês; portanto, houve melhora na qualidade de vida, sem interferência na função hepática e na hemostasia.

Efeitos morfológicos, histológicos e moleculares dos moduladores seletivos dos receptores de estrogênios tamoxifeno e raloxifeno na prevenção primária de tumores mamários quimicamente induzidos em ratas

Pós-graduando: Márcia Aparecida de Faria Pádua
Orientadora: Profa. Dra. Angela Maggio da Fonseca
Data da defesa: 03 de julho de 2007

O câncer de mama é a neoplasia mais comum na população feminina, representando até um terço dos novos diagnósticos de neoplasia nessa população em algumas regiões do mundo. A prevenção primária ou secundária constitui a pedra fundamental no controle do câncer de mama; depende da identificação dos determinantes da doença, em termos de iniciação e promoção. Aproximadamente, 48.930 novos casos de câncer de mama são detectados anualmente no Brasil, tornando-se um sério problema de saúde pública. O objetivo primário deste estudo foi avaliar a ação e diferenças de dois SERMs, tamoxifeno (TAM) e raloxifeno (RAL), na quimioprevenção de tumores mamários quimicamente induzidos em ratas. Foram estudados três grupos homogêneos (DMBA ou 7,12-Dimetilbenzantraceno, TAM e RAL) compostos de 20 ratas adultas da raça Sprague-Dawley com tumores induzidos quimicamente pelo carcinógeno DMBA. As ratas, com 40 a 50 dias de vida, receberam a substância em dose única, por gavagem. Nos grupos TAM e RAL, os animais receberam os SERMs, diariamente, por via oral, 10 dias antes e por mais 80 dias após a indução química com o DMBA. A ação destes SERMs na quimioprevenção de tumores mamários, como também as características morfológicas e histopatológicas dos tumores induzidos, a porcentagem de receptores de estrogênio e a atividade proliferativa da célula tumoral pelo Ki67 foram analisadas. A expressão angiogênica em cada grupo e suas diferenças foram avaliadas com o método qRT-PCR. Após a análise estatística dos resultados observou-se, em relação aos três grupos, que não houve diferenças significantes quanto ao peso, tipo histológico do tumor formado, porcentagem dos receptores de estrogênio e a média do tamanho tumoral. Houve diferenças estatísticas quanto a: 1) número de ratas que desenvolveram tumores (DMBA 100%, tamoxifeno 35% e raloxifeno 15%) ; 2) indução do aparecimento do tumor (DMBA = 32 dias, TAM=46 dias e RAL=57 dias); 3) média, por rata, de tumores formados em cada grupo (DMBA=4,5 tumores, TAM=1,33 tumores e RAL=1,28 tumores); 4) porcentagem de células Ki-67 positivas nos tumores: DMBA 85% dos casos Ki67= 75% a 80%, 15% dos casos Ki67=50%; TAM 43% dos casos Ki57=50% e 57% dos casos Ki67=75% ,e RAL 100% dos casos Ki67=50%; 5) grau histológico tumoral: DMBA 100% grau 3; TAM 71% grau 2 e 29% grau 3 , RAL 100% grau 2; 6) a avaliação da expressão de fatores angiogênicos: nos grupos TAM vs DMBA apresentou maior expressão nos genes Angpt1, Angpt2, Hqf, Hif1a, Itgab3, Lep, Mapk14,Mmp19 predicted, Nrp1, Pgf, Plau, Serpinf1, Tgfb1, Tgfb2, Tek, Timp3, TNF, Vegfa e Vegfc. No grupo RAL vs DMBA, apresentaram maior expressão os genes Hif1a, Itgab3 , Pgf, Plau, Tek e Vegfc. Este grupo mostrou, ainda, menor expressão dos genes Fgf6 e Pecam. Neste modelo experimental, houve maior eficácia do raloxifeno em relação ao tamoxifeno na quimioprevenção mamária; possivelmente, esta maior proteção esteja relacionada com os diferentes fatores angiogênicos expressos nos dois grupos.