terça-feira, 8 de março de 2005

IMPACTO DA MAMOPLASTIA REDUTORA CONTRALATERAL, EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA, NA DETECÇÃO DE CARCINOMA OCULTO SINCRÔNICO E DIMINUIÇÃO NO RISCO DE CARCINOMA METACRÔNICO

Pós-graduando: Marcos Desidério Ricci
Orientador: Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti
Data da defesa: 08/03/2005

Introdução: o principal fator de risco para câncer de mama é o antecedente pessoal de câncer na mama contralateral. A mamoplastia redutora de finalidade estética, tem sido implicada com redução no risco para câncer de mama. A mamoplastia redutora contralateral de simetrização, em pacientes operadas por câncer, contribui no diagnóstico de lesões precursoras e carcinoma oculto. Objetivos: determinar a ocorrência de lesões precursoras e carcinoma oculto de mama, em pacientes submetidas a mamoplastia redutora de simetrização. Comparar estas pacientes, com um grupo controle de pacientes não submetidas a tal cirurgia, analisando o tempo de início da terapia adjuvante - quimioterapia ou radioterapia, tempo livre de doença e sobrevida total, taxa de ocorrência e fatores relacionados com o câncer metacrônico. Métodos: estudaram-se 249 mulheres com diagnóstico de carcinoma invasivo de mama não metastático, divididas em dois grupos. O grupo estudo, cosntituído por 114 mulheres submetidas a mamoplastia redutora contralateral, e o grupo controle, constituído por 135 pacientes não submetidas a esta cirurgia. Foram excluídas do estudo todas as pacientes que apresentaram lesões suspeita na mama oposta, bem como aquelas com antecedente de mamoplastia redutora. Resultados: as pacientes a mamoplastia redutora de simetrização tiveram diagnóstico de carcinoma invasivo oculto sincrônico em 1,8% dos casos, carcinoma ductal in situ em 2,6%, e lesões proliferativas atípicas em 14,9%. O tempo de início da terapia adjuvante não foi influenciado pela mamoplastia de simetrização (p=0,826). Nas pacientes submetidas a mamoplastia, o câncer contralateral metacrônico ocorreu em 1,8% dos casos, enquanto que no grupo controle em 6,7%, demonstrando indícios de associação entre mamoplastia redutora contralateral e redução na ocorrência de câncer metacrônico (p=0,094). O tempo livre de doença e sobrevida total não foi influenciado pela mamoplastia. Os fatores relacionados com maior ocorrência foram os antecedentes familiares e o diagnóstico do tumor contralateral em estádio inicial. A quimioterapia adjuvante esteve relacionada com diminuição da ocorrência. Conclusões: a mamoplastia redutora contralateral de simetrização oferece uma oportunidade de diagnóstico de lesões de risco, tumores in situ e invasivos, além de demonstrar indícios de redução da ocorrência de câncer metacrônico durante seguimento oncológico.

terça-feira, 1 de março de 2005

AVALIAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE PORTADORAS DE ENDOMETRIOSE PÉLVICA E IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO RELACIONADOS À DOENÇA OBTIDOS ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIO INTERATIVO

Pós-graduanda: Rosa Maria Neme
Orientador: Prof. Dr. Maurício Simões Abrão
Data da defesa: 01/03/2005

A endometriose representa uma das doenças mais prevalentes em ginecologia, e afeta cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Apesar do grande aumento da ocorrência desta doença, pouco se sabe sobre sua epidemiologia, principalmente devido à dificuldade metodológica por tratar-se de patologia de definição e etiologia desconhecidas. A prevalência estimada varia de 4% entre mulheres assintomáticas a cerca de 50% entre adolescentes com dismenorréia incapacitante. Fatores de risco pessoais foram descritos, como idade, estado sócio-econômico, estado civil, fatores menstruais, como duração e intervalo dos ciclos e idade da menarca. Sintomas como dismenorréia, dor acíclica, dispareunia de profundidade, alterações urinárias e intestinais cíclicas e infertilidade, também são associados à doença. O objetivo deste presente estudo foi determinar uma forma de predizer o diagnóstico cirúrgico baseado no perfil epidemiológico e sintomas da endometriose, através da utilização de um programa interativo para este cálculo. Para tal, analisou-se mulheres com diagnóstico histológico da doença e pacientes sem diagnóstico, pertencentes ao Ambulatório de Ginecologia Preventiva do HC/FMUSP (grupo controle), analisadas através deste programa interativo, constituindo amostra de 1872 pacientes estudadas. A avaliação estatística foi realizada pelos testes do qui-quadrado, t-Student e regressão logística multifatorial. Encontrou-se como fatores de risco significativos a idade, raça, grau de instrução, estado civil, intervalo de ciclo menstrual, presença de dismenorréia, alterações urinárias cíclicas, tipo de infertilidade, além de sintomas mais específicos como disúria, proctorragia e diarréia, dados que foram aplicados através do programa informatizado. Concluiu-se que tal modelo apresenta grande valor para a análise da razão de chances de ocorrência de endometriose na população geral. Análises prospectivas tornam-se imperativas a fim de testarmos tal modelo para estabelecermos para o diagnóstico da doença.