sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

EFEITOS DA TERAPIA ESTROGÊNICA E DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE ALGUNS PARÂMETROS DE RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

Pós-graduando: Fabrício Collares Rosas
Orientadora: Profa. Dra. Angela Maggio da Fonseca
Data da defesa: 21 de janeiro de 2005

Objetivo: o objetivo deste estudo duplo-cego, randomizado e controlado com placebo, foi avaliar os efeitos da terapia estrogênica oral e do exercício físico sobre alguns parâmetros de risco cardiovascular em mulheres na pós-menopausa. Casuística e métodos: foram recrutadas 224 mulheres para investigação trasnversal analítica da população alvo, submetidas a monitorização ambulatorial da pressão arterial para estabelecer a prevalência de hipertensão arterial. destas, 24 mulheres saudáveis, histerectomizadas, sedentárias na pós-menopausa, com média etária de 50,4 anos, foram randomizadas para compor 4 grupos: terapia estrogênica (valerato de estradiol 1mg/dia por via oral contínuo) + sedentarismo (TE/SD, n=7) ou treinamento físico aeróbio supervisionado (TE/TR, n=6); placebo + sedentarismo (PL/SD, n=5) ou treinamento físico aeróbio supervisionado (PL/TR, n=6). No início e ao 6º mês do estudo, foram realizados: cálculo do índice de massa corpórea, dosagens séricas de triglicérides, colesterol total e frações, monitorização ambulatorial da pressão arterial e teste ergoespirométrico. Foram aplicados os testes estatísticos do qui-quadrado, de Kruskal-Wallis, Wilcoxon e de HSD-Tukey. Resultados: a prevalência de hipertensão arterial na população estudada foi de 45,5%. Ao 6º mês do estudo, o índice de massa corpórea manteve-se estável, com discreta elevação no grupo TE/SD (de 26,7 para 28,8; p< 0,05).As concentrações séricas de colesterol total e do LDL-colesterol sofreram redução em todos os grupos, porém sem significância estatística. O teste ergoespirométrico exibiu redução significativa da freqüência cardíaca em repouso e da freqüência cardíaca no limiar anaeróbio, nos grupos usando estradiol. A pressão arterial diastólica no ponto de compensação respiratória foi reduzida de 93 para 86mmHg (p<0,05) e a pressão arterial máxima, de 95 para 85,5mmHg (p<0,05) no grupo TE/TR. Houve elevação da carga pressórica sistólica diurna (1,4 para 4,2%; p<0,05) foram menos evidentes mas dentro dos padrões normais. Conclusões: a terapia hormonal oral estrogênica e o exercício físico aeróbio atuaram de forma sinérgica e favorável sobre o peso corpóreo, os lípides plasmáticos e o condicionamento cardiorespiratório em mulheres na pós-menopausa, ao final de 6 meses de seguimento.